Queres desenvolver a tua Criatividade na Dança?
Então talvez te possamos ajudar.
A Dança é também ela um meio e um pretexto para desenvolver esta dimensão tão importante do ser humano, independentemente da idade, profissão ou qualquer outra característica.
A criatividade é determinante para a resolução de qualquer problema independentemente do âmbito em que surja ou do grau de dificuldade. Muitas vezes as pessoas afirmam “eu não tenho criatividade”, como se fosse um dom com o qual se nasce ou não. Na realidade, a criatividade é uma dimensão da inteligência que podemos e devemos estimular e desenvolver sempre. No entanto, e felizmente, escutamos muitas menos vezes dizer “eu não tenho inteligência”, pois todos sabem que é algo que se pode estimular e desenvolver.
A nossa equipa de trabalho está bastante consciente dos estudos das múltiplas inteligências, o que desencadeia uma forma totalmente diferente de propor desafios aos alunos. Embora nem sempre estes desafios pareçam fáceis, fazem parte de um processo de entender o movimento e controlar o mesmo. Isto acabará na liberação do aluno permitindo-o ser a fonte de criação do movimento.
Tipos de inteligência e potencialidades humanas
Já todos sabemos que os testes de QI têm uma relevância limitada na vida real, e segundo alguns autores existem até oito tipos de inteligência, que se aplicam em diversas áreas: Espacial – Visual, Verbo – Linguística, Interpessoal, Intrapessoal, Naturalista, Corporal – Sinestésica, Musical, Lógico – Matemática… A teoria das múltiplas inteligências trata das potencialidades humanas. Neste sentido, define inteligência como a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes comunitários. Esta definição aproxima-se da definição de criatividade.
Processo de desenvolvimento de criatividade
Quando nos propomos a desenvolver a criatividade seja na dança, seja em qualquer outra dimensão valorizamos três indicadores, referidos por vários autores:
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Entrada
Todas as referências armazenadas dentro da nossa memória, estudo, conceitos, sensações, pessoas, etc… Se esses ingredientes são poucos, a matéria prima é pobre. Nas aulas de dança, ás vezes trabalho apenas figuras, sequências, técnicas e memória, isso é a nossa matéria-prima inicial. É como quando fazemos um bolo, que ingredientes temos à nossa disposição? Cada problema que enfrento é uma oportunidade para uma nova receita com esses ingredientes. Quantos mais recursos temos, mais soluções dispomos.
Desta forma é essencial expor-nos a novas coisas, mesmo que nos pareçam difíceis ou estranhas. A mente é como o jogo “Tétris”. Todas essas referências tem que ser combinadas. É importante não ser preconceituoso, não ter uma atitude pessimista e sobretudo não ter medo ou impor-se limites. A variedade das fontes é uma riqueza e não uma debilidade, pelo que aprender com diferentes professores é positivo. Na nossa escola de dança, os alunos tem oportunidade de o fazer de uma forma natural, desfrutando das diferentes propostas e linguagens dos diferentes membros da equipa.
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Combinação
É a conexão desses pontos, desses ingredientes. Como num Tétris, temos que saber combinar as peças, porque uma montanha de tijolos não constrói uma muralha, nem um grupo de craques faz uma seleção. Informação é muito importante, mas é preciso o conhecimento para combinar de forma positiva. Muitas vezes nas nossas aulas de dança pedimos aos alunos que improvisem livremente, que elaborem as suas próprias sequências ou que criem movimentos novos. Nessas circunstâncias os preconceitos e dogmas são uma limitação, uma prisão para poder combinar referências.
Na nossa escola de dança, não queremos valorizar os “standards”, os “estilos”, os “iguais”. Desta forma, queremos criar oportunidades para que as nossas diferenças se possam expressar e assim assumirem uma identidade. Os nossos alunos não fazem, porque sim! Mas porque se analisam, refletem, investigam, experimentam e questionam. Este é o antídoto para a ignorância. Quando o aluno sabe, ele vê. Logo cria o novo, o inédito, o verdadeiro.
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Saída
É o produto final. São as ideias novas que nascem. É a solução do problema. É a liberdade!
Características pessoais e a criatividade na dança
No processo de desenvolvimento da criatividade para além dos três indicadores referidos, existem características que cada individuo deve desenvolver, de acordo com as suas fragilidades: a fluência, originalidade, flexibilidade, usos alternativos, capacidade de associação remota, curiosidade, abstracção, similes, grau de processamento, síntese, velocidade de processamento e empatia.
Por exemplo, a quantidade de ideias que o aluno é capaz de gerar num determinado momento, a capacidade de trabalho. Quanto mais, melhor! Ás vezes os alunos são demasiado críticos, envergonhados ou perfecionistas com eles mesmos e acabam por se auto-boicotar impedindo o pensamento livre e por consequência a criatividade. Por vezes são demasiado preguiçosos e não produzem suficientes respostas.
Também uma ideia é original quando poucas pessoas a têm. No processo de gerar ideias, as primeiras que surgem são normalmente comuns a muitas outras pessoas. É preciso gerar mais e mais até começarem a surgir ideias mais loucas, mais diferentes, mais inéditas. O problema é que muitos alunos desistem cedo demais desse processo.
A criatividade nas nossas aulas de dança
Nas nossas aulas os alunos são estimulados a desenvolver a capacidade de alterar rapidamente o tipo de pensamento. De procurar que as ideias geradas não sejam todas da mesma família. Neste sentido, se o aluno estiver a criar movimentos de dança e uns apontam mais a ações com os pés, outras com a cabeça, outras com o tronco, e umas vezes aponta à estrutura, outras às dinâmicas ou ao ritmo, o aluno revela muita flexibilidade de pensamento.
Muitas vezes é espicaçada a capacidade de transfere do aluno. Uma ação que conhece do Tango pode ser usada na Kizomba ou na Bachata com a devida adequação à função. Ou ainda a capacidade de integrar objetos na dança, ou mais elementos no “par” (trio…). Todas estas coisas são experimentadas nas nossas aulas.
A capacidade de associação remota ou o estimulo da curiosidade são grandes trunfos dos alunos. Pois alunos que desejam aprender o máximo de tudo, tem mais êxito do que alunos que só querem aprender coisas relacionadas com a sua área.
Em todas as aulas existem desafios que envolvem passar do geral para o particular e vice-versa, colocar na prática uma aprendizagem teórica, ser capaz de ajustar uma ação individual a um grupo e vice-versa.
Finalmente o pensamento criativo e a ação de criatividade na dança envolve abertura a outros pontos de vista, à receção da crítica e à capacidade de nos colocarmos no lugar do outro.
Muito bom Isabel! Tu és um poço de criatividade. Parabéns
Muito obrigada! Beijinhos
Reconheço a escola “Ritmo Azul” neste interessante texto. Quando a teoria e a pratica se igualam, tudo faz sentido e credível. Enquanto aluna, sinto uma constante evolução a vários níveis e não só ligados á pratica da dança e á dança em si. Nesta escola sinto estímulos, desafios, criatividade, conhecimento, pratica, orgulho, união, amizade, felicidade, leveza, partilha, movimento, vida e Dança ! Obrigada.
Obrigada pelas palavras Cristina. É muito bom quando os alunos conseguem sentir essa evolução. Ficamos muito felizes!